domingo, 20 de julho de 2008

E o que sabe do amor...

Agora não recordo exatamente quem disse isso, acho que foi Schopenhauer, mas ele tinha muita razão quando o declarou.

Só aquele que já perdeu algo muito precioso sabe do que estou falando. Não falo só de amores. É claro que perdê-los é ruim e qualquer pessoa a beira dos trinta como eu, já passou por desilusões amorosas algumas vezes na vida. É ruim, dói demais, se quer morrer, mas no final das contas você levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima e é isso aí! Porque amar sempre vale! Porque aquele não era o cara ideal! Porque não era o momento certo pra você! Enfim, por mil motivos, uma desilusão amorosa é ruim, mas sempre superável.
Mas as pessoas amam mais que isso, e sempre. Não nos relacionamos apenas com o sexo oposto. Na vida acabamos “desprezando” pessoas com as quais nos relacionamos sem conotação sexual (no sentido especifico da palavra!).
Hoje eu estava falando com uma amiga que foi uma das coisas mais surpreendentes que me aconteceu em termos de amizades. Éramos muito ligadas, sempre juntas, inseparáveis e um dia algo aconteceu – dessas coisas que acontecem na vida da gente e sem saber nem bem o porquê levam tudo o que é importante para longe. Hoje, eu nem lembro o que foi – e quando nos encontramos, anos mais tarde, ela também não. Mas, no “cavalo de batalhas” que todo adolescente é capaz de criar, (e eu sei bem disso, porque trabalho com eles!) nós nos perdemos. Pra mim, foi como perder um pedaço. Faltava algo!
Mas a vida segue...mesmo quando falta um pedaço! E o tempo passa. As feridas cicatrizam e você continua amando.
O tempo! Ele mostra o quanto você foi estúpida, boba etc, etc, etc e tal.
E a vida segue, você perde aqui, ganha ali “desprezando e sendo desprezado”. E aprende...a amar, a pedir perdão, a compartilhar, a ser menos egoísta. Aprende que o mundo não gira ao seu redor, mas que você pode sim, por alguns momentos, girar ao redor do outro – por amor. E sempre, e só por ele.
Se eu não tivesse perdido, como saber que era importante? Se eu não tivesse encontrado, como saber o sentido de perder? Como saber o que é importante se nunca encontramos algo valioso? Como crescer sem sentir na pele, sem sentir a dor do crescimento?
“Aquilo que não nos mata nos torna mais fortes!” Essa eu sei que foi Maquiavel quem disse. E a vida prova isso. Porque entre perder e encontrar existe uma esplendida caminhada em busca do autoconhecimento e da natureza humana que supera o que qualquer filósofo possa colocar em palavras. Prefiro sofrer por conhecer que pela falta de conhecimento. Prefiro sofrer por ter amado que, pela falta de amor. Prefiro sofrer por ter feito que, por ter me omitido. Por ter dito, que por ter calado quando deveria falar. Prefiro sofre por ter sorrido, que por ter negado um sorriso a quem de repente precisava de um raio de esperança em sua vida naquele momento!
Se não tivesse perdido, não saberia o quanto é importante amar e ser amado (por mais piegas que essa frase possa parecer); não saberia o quanto ser querido é especial, nem as maravilhas curativas do querer bem. Desprezei aquilo que mais amava e fui desprezada. Aprendi a dar valor ao que é importante, e a descartar aquilo que não é! Se tivesse sabido disso a tempos atrás, não teria sido privada da convivência de tantas pessoas importante para mim. Mas agora eu sei! E não vou deixar passar!

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